Abstract
A primeira década do século XXI no Brasil foi caracterizada por uma melhora do mercado de trabalho, em que ocorreu o aumento do salário mínimo e o aumento da formalização. Essa melhora do mercado de trabalho foi positiva para homens e mulheres, em que houve redução do desemprego e um aumento da formalização. Entretanto, o cenário se altera e o país passou por uma recessão em 2014-2016 e estagnação em 2016-2018, que acarretou um aumento considerável da taxa de desemprego, bem como da informalidade do trabalho. O objetivo deste trabalho é analisar as mudanças na participação da mulher no mercado de trabalho brasileiro nesse momento de piora da atividade econômica. Utilizamos dados da PNAD Contínua para estruturar a participação da mulher no mercado de trabalho brasileiro por ocupação entre 2014 -2019. Um dos resultados encontrados foi que que a remuneração das mulheres se aproximou à dos homens, mas foi mantida a segregação ocupacional, isto é, mulheres continuaram inseridas em atividades voltadas aos cuidados e homens em atividades voltadas a produção. Os resultados sugerem que a redução de desigualdade salarial entre mulheres e homens foi consequência de deterioração do mercado de trabalho brasileiro com perdas de poder aquisitivo aos ocupados e não uma melhora na inserção feminina.
Publisher
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
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