Affiliation:
1. Universidade Federal do Maranhão
Abstract
OBJETIVO: Avaliar o processo de cicatrização da parede abdominal de ratos após a injeção intraperitoneal do extrato hidroalcóolico de Schinus terebinthifolius Raddi. MÉTODOS: Utilizaram-se 40 ratos da linhagem Wistar, distribuídos em dois grupos de 20 animais, cada um subdividido em dois subgrupos. Estes ratos foram mortos no 3º e 7º dias após a aplicação intraperitoneal do extrato. No grupo experimento, injetou-se uma única dose de extrato hidroalcoólico de Aroeira (100 mg por quilo de peso do animal) e no grupo controle uma única dose de solução salina isotônica a 0.9%. Após a morte dos animais, realizou-se o inventário da cavidade peritoneal à procura de aderências, seguido da ressecção da parede abdominal anterior englobando a ferida operatória para análise. As aderências foram classificadas pelos critérios de adesão de Nair. Realizou-se avaliação tensiométrica da parede abdominal através da medida da carga máxima suportada e da deformação máxima, medidos em máquina universal de ensaios do tipo Tiratest. Por fim, a avaliação histológica foi realizada através da coloração hematoxilina-eosina, com análise dos parâmetros: inflamação aguda, inflamação crônica, necrose isquêmica, reação gigantocelular do tipo corpo estranho, proliferação fibroblástica, fibrose, reepitelização e coaptação das bordas da sutura. RESULTADOS: A avaliacão macroscópica não revelou presença de aderências significativas entre a linha alba e as vísceras intra-abdominais nos grupos de estudo. A tensiometria demonstrou aumento significativo das variáveis carga máxima e deformação máxima (p=0,006 e p=0,000 respectivamente) entre os grupos controle e experimento de sete dias. A avaliação histológica intergrupos (controle e experimento) de três e sete dias não demonstrou alteração significativa para os parâmetros neoformação vascular, necrose, fibrose, reepitelização e coaptação das bordas da sutura. Notou-se diferença significativa para proliferação fibroblástica (p=0,014) na avaliação intergrupo de três dias, e para inflamação crônica (p=0,023) e reação gigantocelular do tipo corpo estranho (p=0,008) na avaliação intergrupo de sete dias. Na análise intragrupo controle, houve diferença significativa para inflamação crônica no subgrupo três dias, e, finalmente, na análise intragrupo experimento, observou-se diferença significativa para inflamação aguda e proliferação de fibroblastos (p=0,001 e p=0,020) no subgrupo de três dias em relação ao subgrupo de sete. CONCLUSÃO: A injeção intraperitoneal do extrato hidroalcoólico de Schinus terebinthifolius Raddi em laparotomias medianas de ratos não alterou a cicatrização na análise macroscópica e induziu a aumento da carga máxima de ruptura e deformação máxima da linha alba na análise tensiométrica. Na análise histológica, determinou efeito cicatrizante no subgrupo de animais experimento de três dias.
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