Abstract
Este artigo tem como objetivo refletir sobre os usos da memória no trabalho da artista chilena Cecilia Vicuña, nascida em 1948. A fluidez e a multidimensionalidade da sua arte permitem que Vicuña atue sobre várias linguagens e suportes, dando ênfase ao quipu, meio de comunicação de povos originários. Para pensar a respeito das instalações Quipu Menstrual, Quipu dos Lamentos e Brain Forest Quipu, questionamos como a artista abre novas perspectivas ao futuro através do processo de recriação desse artefato comunicacional. Por meio da leitura crítica dessas obras, percebe-se que a memória trabalhada é posta em fluxo: volta-se a um passado ancestral e atualiza-o a partir de um olhar decolonial, em movimentos vinculados à biografia da artista latino-americana. O encontro da sabedoria das tecnologias ancestrais com o presente torna visível o legado histórico em uma busca pela restauração simbólica dessa memória e pela reivindicação da luta anticolonial.
Publisher
Faculdade de Biblioteconomia Comunicacao
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