Abstract
Nos últimos anos, o movimento social pelo clima português tem vindo a afirmar-se progressivamente no espaço político e mediático. A cobertura mediática é um objetivo intencional procurado pelos movimentos sociais, especialmente devido à sua influência nas representações que permeiam o pensamento coletivo. Devido ao poder que os media têm na criação e consolidação de representações sociais, e face ao conhecimento limitado sobre a cobertura mediática do ativismo climático em contexto nacional, este estudo teve como objetivo avaliar as representações e a contextualização dos ativistas pelo clima na imprensa. Para isto, foi realizada uma análise quantitativa e qualitativa da evolução da cobertura do ativismo climático, dos perfis de representação dos ativistas, e de alguns indicadores de (des)legitimação, tais como os diretamente associados ao paradigma do protesto — nomeadamente a autorrepresentação e o recurso a declarações de figuras de autoridade. A análise de 175 artigos publicados online no jornal PÚBLICO revelou um enquadramento preferencial do ativista, o qual tem frequentemente oportunidade de autorrepresentação. Adicionalmente, e ao contrário do que foi descrito por estudos internacionais, o jornal atribuiu exclusivamente perfis de representação negativa a ativistas estrangeiros e os dados revelaram uma predominância do perfil estudante-ativista, em detrimento de enquadramentos que salientam o incómodo causado pelos ativistas.
Recebido: 3/2/2022
Aceite: 13/6/2022
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