Abstract
A pandemia escancarou a necessidade de discutirmos com profundidade a qualidade da formação em Saúde no País, destacando-se o papel central do professor nesse processo. Nesse âmbito, o objetivo deste artigo foi investigar a formação e a atividade docentes no ensino superior em Saúde, considerando perfil, engajamento e principais percepções profissionais. Trata-se de um estudo transversal, quantitativo, de abordagem descritiva e analítica, que investigou a capacitação didático-pedagógica e as percepções da atividade docente de 223 professores do ensino superior em Saúde de todo o Brasil. Entre eles, a maioria considera sua função docente como principal (71,30%), afirma conhecer as Diretrizes Curriculares Nacionais dos seus respectivos cursos de atuação (91,48%) e relata familiaridade com os elementos relacionados ao corpo docente presentes nos documentos de avaliação de curso e institucionais (83,41%). Embora declarem, notadamente os profissionais da rede privada (89,8% versus 73,08% da rede pública, p<0.001), que suas instituições possuem adequada infraestrutura, há um relativo descontentamento no tocante à remuneração, especialmente entre profissionais com formação original em Medicina (59,57% versus 34,88% em outras formações, p=0.001). No contexto de virtualização do trabalho docente, 85,20% afirmam utilizar ferramentas tecnológicas e 69,06% se sentem aptos para atuar no ensino remoto, bem como 58,74% o consideram eficaz. Este estudo lança luz sobre um tema ainda pouco explorado no País, mas que representa grande impacto na qualidade da formação de profissionais de saúde brasileiros.
Publisher
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anisio Teixeira
Cited by
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