Author:
Chaimowicz Beatriz de Faria,Villela Ana Carolina Wegmann,Menezes Bruno Petrocchi Vieira de,Coutinho Camila Hostalacio Duarte,Araujo Carolina Muzzi Lamounier,Santos Clara Chagas Barbosa,Pimenta Clara Rubião,Silva Daniela Diniz Martins da,Fonseca David Bastos Vieira da,Valadares Nara Maria Meira
Abstract
INTRODUÇÃO: A doença causada pelo SARS-CoV-2 teve seu primeiro caso reportado em Dezembro de 2019, na região de Wuhan, na China. Essa enfermidade tornou-se alvo de pesquisas que buscam aprofundar conhecimentos acerca da fisiopatologia, profilaxias e tratamentos eficazes, dada a situação de emergência global. Dentre as terapêuticas propostas, os medicamentos mais citados inicialmente foram a Hidroxicloroquina (HCQ) e Cloroquina (CQ) – usados no tratamento de malária e doenças reumáticas - após a divulgação de estudos em 2020 que demonstravam eficácia in vitro de atividade antiviral. Entretanto, a circulação de “fake news” levou à automedicação, criando-se falsa confiança na cura ou profilaxia da doença após uso desses fármacos, sem que houvesse evidências científicas em humanos. OBJETIVO: Avaliar a eficácia da HCQ e da CQ para tratamento e profilaxia da COVID-19. MÉTODO: Revisão sistemática de artigos nas bases de dados PubMed e MedLine publicados de Janeiro de 2020 a Março de 2021, no idioma inglês. Foi realizada avaliação da qualidade metodológica dos estudos incluídos, e a busca e extração de dados foi feita de forma cega e independente. RESULTADOS: Os 22 estudos analisados corroboram em seus resultados, concluindo que em casos de pré e pós-exposição, não existem evidências de que a HCQ e a CQ evitam contaminação pelo vírus ou reduzem a incidência de mortes e complicações, em pacientes hospitalizados ou não. A combinação com Azitromicina (AZT) também não demonstrou resultados significativos. O estudo de Gautret, 2020, foi o único que indicou cura utilizando-se a combinação AZT+HCQ, entretanto, constatou-se viés metodológico em sua condução e seus resultados não foram incluídos nesta revisão. CONCLUSÃO: Apesar de resultados positivos in vitro com esses fármacos, faltam evidências da eficácia do método in vivo. Não existem, até o momento, evidências científicas que a HCQ ou a CQ melhorem o prognóstico, curem ou previnam a infecção pelo SARS-CoV-2.
Publisher
South Florida Publishing LLC
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