Abstract
Este artigo apresenta e analisa os resultados de um trabalho de campo ocorrido em uma escola de Educação Básica e em um instituto de pesquisa, ambos na cidade de São Paulo. O tema é Ensino de Evolução (EE), com foco nas posições de um professor de biologia (P1) que também possui uma fé religiosa. A entrevista semiestruturada foi a principal técnica que permitiu a P1 se expressar acerca do tema. Observações diretas foram importantes para “criar pontes” com o entrevistado, além de possibilitar registros, constituindo-se em experiência etnográfica. A análise dos dados evidencia um distanciamento de P1 quanto aos dois perfis mais comuns reportados pela literatura sobre as relações entre professores de biologia e a Evolução: professores de biologia teístas que rejeitam a Evolução e professores ateístas que a aceitam. Por sua vez, P1 demonstrou conciliar a crença numa existência divina à aceitação da Evolução em seu sentido mais “categórico”. Para tanto, foi capaz de administrar seus modos de se expressar em função de cada uma das redes nas quais está inserido (escola, instituto de pesquisa, família, amigos).
Publisher
Universidad Distrital Francisco Jose de Caldas
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