Affiliation:
1. Universidade do Estado de Santa Catarina, Brasil
Abstract
O objetivo deste ensaio é identificar e aprofundar a análise dos paradigmas presentes no campo teórico da administração pública no Brasil. Além de salientar as transformações, trata-se de demonstrar a continuidade paradigmática presente nos estudos do campo em questão. A hipótese central deste texto é de que, embora tenhamos assistido a mudanças paradigmáticas nas duas últimas décadas, o campo da administração pública ainda é dominado - assim como nas ciências sociais e na teoria de organizações - por uma concepção funcionalista da ciência. Para demonstrar essa hipótese, utilizamos a seguinte metodologia para construção do argumento epistemológico e consequentemente para elaboração deste ensaio: (i) Partimos de um diálogo com o trabalho de Keinert (1994, 2000), fazendo uma leitura que aponta os limites e busca complementar o mesmo; (ii) examinamos criticamente a trajetória do campo da administração pública no Brasil e as diferentes correntes teóricas que o compõem, com base no modelo de paradigmas construído por Burrell e Morgan (2008); (iii) analisamos então quatro correntes principais que compõem hoje o campo, as quais denominamos de Estadocêntrica; Pluralista; Nova Administração Pública e Novo Serviço Público, caracterizando cada uma delas e identificando os paradigmas nos quais elas estão ancoradas. Para concluir, apresentamos uma síntese, demonstrando o predomínio do paradigma funcionalista no campo da administração pública brasileira e chamando a atenção para a necessidade de se pensar novos caminhos metateóricos pouco explorados (CALDAS, 2007), tendo como inspiração referenciais críticos e interpretativos.
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Cited by
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