Affiliation:
1. Universidade Estácio de Sá, Brazil; Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca, Brasil
2. Universidade Federal Fluminense, Brazil
3. Universidade do Estado do Pará, Brazil
4. Secretaria de Saúde de São Bernardo do Campo, Brazil; Universidade Nove de Julho, Brazil
5. Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca, Brasil
6. Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Brazil
Abstract
Resumo: Introdução: A história da população negra no Brasil inicia-se pelo processo de escravização dos povos da África. Desde o início dessa agressão até os dias atuais, pretos e pardos são vítimas das desigualdades sociais e econômicas, mesmo com a abolição da escravatura. Vemos que o Estado não ofereceu apoio para essa população ser integrada na sociedade, e, por isso, boa parte vive à margem atualmente. Objetivo: Apontar as problemáticas que envolvem a população negra, analisar o contexto da pandemia de Sars-Cov-2 no processo de vulnerabilidade desse grupo, destacar a situação do ensino de pretos e pardos na educação médica e refletir sobre o cuidado em saúde de pessoas negras. Desenvolvimento: Existem algumas teorias sociais que tentam colocar a população negra como um grupo humano distinto dos demais e intelectualmente inferior na sociedade, justificando a marginalização e condição de desumanidade imposta a este. O reconhecimento do racismo no cuidado em saúde fez surgir, em 2009, a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN) que visa explicitar as iniquidades impostas a esta população e delinear metas para a educação de profissionais e a produção de cuidado, objetivando o combate ao racismo institucional na saúde. Com a pandemia do Sars-Cov-2 em 2020, a vulnerabilidade fica à mostra, assim como a invisibilidade que damos à questão raça/cor na formação médica. Assim, faz-se necessária a discussão transversal da relação raça/cor no ambiente de construção de conhecimento, como destacam as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) voltadas para os cursos de Medicina. O ambiente educacional do curso ainda é ocupado, em sua maioria, por pessoas brancas, tanto educandos quanto educadores. Conclusão: A pandemia da Covid-19 coloca em evidência o racismo estrutural e institucional na saúde, assim como o silenciamento do racismo como determinante do processo saúde e adoecimento na formação dos atuais e futuros profissionais de saúde. Para uma produção de cuidado anti-racista, precisamos entender como a questão raça/cor relaciona-se com a saúde da população.
Reference33 articles.
1. Escravidão;Gomes L,2019
2. A invenção da raça e o poder discricionário dos estereótipos;Seyferth G;Anu Antropol,2018
3. A ressignificação do mito de origem da favela pela arte de Maurício Hora;Almeida RF;Periódico Espaço e Cultura,2019
4. Human development report 2019: beyond income, beyond averages, beyond today: inequalities in human development in the 21st century,2019
5. Desigualdades sociais por cor ou raça no Brasil: notas técnicas,2019
Cited by
4 articles.
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