Affiliation:
1. Fundação Oswaldo Cruz, Brazil
2. Universidade Federal de Pernambuco, Brazil
3. Universidade de Pernambuco, Brazil
4. Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco, Brasil
5. Ministério da Saúde, Brazil
6. University of London, United Kingdom
Abstract
Resumo: O aumento das notificações de casos de microcefalia em Pernambuco, Brasil, e no Nordeste caracterizou uma epidemia que levou o Ministério da Saúde a decretar emergência nacional de saúde pública. Inicialmente, o Ministério da Saúde definiu como suspeitos recém-nascidos de 37 semanas ou mais de idade gestacional (IG) e com perímetro cefálico (PC) ≤ 33cm, tendo, em dezembro de 2015, reduzido essa medida para 32cm. Este estudo objetivou estimar a acurácia, a sensibilidade e a especificidade de diferentes pontos de corte para o PC, utilizando curvas ROC e, como padrões-ouro, as curvas de Fenton e de Intergrowth 2014. Foram descritos os casos notificados em Pernambuco entre 2 de agosto de 2015 e 28 de novembro de 2015, segundo sexo e categorias de IG. Os métodos de Fenton e Intergrowth fornecem curvas de crescimento para o PC de acordo com IG e sexo, considerando positivos para microcefalia os recém-nascidos com PC abaixo do percentil 3 dessas distribuições. Dos 684 casos notificados, 599 foram recém-nascidos a termo/pós-termo. Para esses, as análises com curvas ROC mostram, segundo Fenton, que o ponto de corte que apresentou maior área sob a curva ROC, com sensibilidade maior que especificidade, foi 32cm, para ambos os sexos. Pelo método Intergrowth, os pontos de corte, respeitando os mesmos critérios, são 32cm e 31,5cm, para os sexos masculino e feminino respectivamente. O ponto de corte identificado, segundo Fenton (32cm), coincidiu com a recomendação do Ministério da Saúde. Adotando-se Intergrowth como padrão, a escolha seria de 32cm, para o sexo masculino, e de 31,5cm, para o sexo feminino. Concluindo, aponta-se a necessidade de realizar análises críticas e continuadas para avaliar pontos de corte, incluindo outras características para a definição de caso.
Subject
Public Health, Environmental and Occupational Health
Reference11 articles.
1. Ministério da Saúde investiga aumento de casos de microcefalia em Pernambuco. Caderno Vida Urbana.;Sene A;Diário de Pernambuco,2015
2. Possível alteração do padrão de ocorrência de microcefalia em nascidos vivos no Estado de Pernambuco,2015
3. Ministério da Saúde confirma relação entre vírus Zika e microcefalia.
4. Procedimentos preliminares a serem adotados para a vigilância dos casos de microcefalia no Brasil,2015
5. Protocolo clínico e epidemiológico para investigação de casos de microcefalia. Versão no 1,2015