Affiliation:
1. Escola Nacional de Saúde Pública; Fundação Educacional Serra dos Órgãos
2. Escola Nacional de Saúde Pública
Abstract
O artigo parte da pergunta: o estabelecimento de um conceito de morte, que possa ser considerado fidedigno e, portanto, consensual, seria premissa crucial para a legitimação moral da eutanásia? Procura responder, expondo os problemas que cercam as tentativas de uma definição - científica - de morte, no momento em que se tenta utilizá-la na tomada de decisões - éticas - em relação ao fim da vida, como no caso da eutanásia e do suicídio assistido. Baseia a argumentação na Lei de Hume, que proíbe a inferência de "valores" a partir de "fatos", e na concepção evolutiva de conceitos científicos, decorrente da distinção, de origem kantiana, entre o que é (coisa em si ou númeno) e o que é conhecido (ou fenômeno), e cuja principal conclusão, de tipo metodológico, é a incomensurabilidade entre a ordem dos fatos e dos valores, ou seja, uma definição de um evento/processo como a morte só pode ser comparada com outra definição pertencente à mesma ordem, o mesmo aplicável aos valores. De outro modo, o manuscrito procura delimitar um referencial alternativo para o debate, que, apesar de suas limitações, se mostra bastante útil para a argumentação bioética: o princípio da autonomia, intrínseco à ordem dos valores.
Subject
Public Health, Environmental and Occupational Health,Health Policy
Reference43 articles.
1. Asclépio, mito e medicina;Cedrola JPV;Revista da Faculdade de Medicina de Teresópolis,2003
2. Morte cerebral: falhas nos critérios diagnósticos;Coimbra CG;Ciência Hoje,2000
3. Os mestres da verdade na Grécia arcaica;Detienne M,1988
4. A solidão dos moribundos;Elias N,2001
5. Direito médico;França GV,2001
Cited by
14 articles.
订阅此论文施引文献
订阅此论文施引文献,注册后可以免费订阅5篇论文的施引文献,订阅后可以查看论文全部施引文献