Abstract
O fenótipo ampliado do autismo (FAA) tem sido definido como traços subclínicos que configuram a expressão fenotípica de uma suscetibilidade genética para o desenvolvimento do Transtorno do Espectro Autista (TEA). A literatura é ainda controversa quanto às dificuldades nas habilidades comunicativo-pragmáticas constituírem uma especificidade do FAA. Assim, este estudo comparou o desempenho de pais e mães de crianças e adolescentes com e sem TEA (N=52) em tarefas de habilidades comunicativo-pragmáticas e indicadores de FAA. Foram aplicados o Broader Autism Phenotype Questionnaire (BAPQ) e subtestes da Bateria Montreal de Avaliação da Comunicação (Bateria MAC), além da Escala de Inteligência Wechsler (WASI). Os resultados demonstraram que pais de crianças com TEA apresentaram: a) maior dificuldade em linguagem pragmática do BAPQ (U=210.50, p< .005, η2=0.11), ainda que não tenham fechado critério para FAA e b) habilidades comunicativo-pragmáticas (ex.: discurso conversacional, U=118.50, p<.01, η2=0.31; prosódia, U=214.00, p<.005, η2=0.10) inferiores às de pais de crianças sem TEA. Foi ainda verificado que o grupo comparativo (pais de crianças sem TEA) apresentou maiores escores no QI total (U=202.50, p<.005, η2=0.11) e verbal (U=207.50, p<.005, η2=0.12) em relação ao grupo clínico. Conclui-se que: a) habilidades cognitivo-pragmáticas podem ser um aspecto central e provavelmente específico do FAA em familiares de crianças e adolescentes com TEA; b) as diferenças entre os grupos quanto ao QI podem estar relacionadas mais a diferenças em variáveis socioeconômicas do que ao FAA, o que merece ser mais investigado em futuros estudos.
Publisher
Colegio Mayor de Nuestra Senora del Rosario
Cited by
3 articles.
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