Violência obstétrica no Brasil

Author:

Marques Pulhez Mariana

Abstract

O objetivo deste artigo é discutir as formas pelas quais algumas entidades representativas da classe médica brasileira operam o conceito de violência obstétrica e apresentar as controvérsias em torno deste conceito. Pautando-me na proposta teórica de Ilana Löwy, busco refletir sobre como violência obstétrica se coloca como um conceito fronteira, cuja imprecisão demonstra a força de seu efeito. Ou seja, são as controvérsias em torno do conceito que fazem com que ele ganhe proeminência nas arenas públicas de debate em torno dos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres. Para isso, analiso alguns pareceres e resoluções de conselhos federal e regionais de medicina, em diálogo com outros eventos etnográficos que persegui no processo de pesquisa. Mostro como o conceito de violência obstétrica ganha diferentes contornos na voz das entidades representativas de médicos no Brasil e concluo com a ideia de que o parto se tornou um evento público, em que as controvérsias são não apenas científicas, mas também morais e políticas.

Publisher

Universidade Federal de Juiz de Fora

Subject

Industrial and Manufacturing Engineering,Metals and Alloys,Strategy and Management,Mechanical Engineering

Reference58 articles.

1. AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE. Dispõe sobre o direito de acesso à informação das beneficiárias aos percentuais de cirurgias cesáreas e de partos normais, por operadora, por estabelecimento de saúde e por médico e sobre a utilização do partograma, do cartão da gestante e da carta de informação à gestante no âmbito da saúde suplementar. Resolução 368, de 6 de janeiro de 2015. Disponível em: https://www.ans.gov.br/component/legislacao/?view=legislacao&task=TextoLei&format=raw&id=Mjg5Mg==. Acesso em 14 jul. 2020.

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