O imaginário social em Goiânia: cidade-espetáculo ou cidade-paranoia?

Abstract

As cidades, no século XXI, são multiculturais, uma vez que abarcam uma coexistência de experiências de distintas naturezas que acumulam-se no tempo e no espaço. Considerando a diversidade do espaço urbano, buscou-se refletir, em uma perspectiva qualitativa, guiada por uma abordagem histórica e dialética, a instituição do eurocentrismo como emblema da modernidade e o surgimento do pós-colonialismo, em contraponto a esse pensamento. A seguir, lançou-se um breve olhar sobre a “construção” da América Latina a partir da visão de zona periférica, destacando-se os imaginários e as representações culturais nas cidades, na perspectiva de Néstor García Canclini (2008), mediante os termos cidades-espetáculo e cidades-paranoicas. Trazendo a discussão dos estudos culturais para o Brasil, foi analisada a cidade de Goiânia, capital do estado de Goiás, tendo em vista sua influência na rede urbana do centro-oeste brasileiro. Por conseguinte, tendo em vista o projeto urbanístico da cidade, com influências dos modelos urbanistas francês e inglês, viu-se que a presença do imaginário eurocentrado na capital ainda é preponderante, uma vez que sua paisagem urbana permanece sendo projetada pelos agentes sociais como símbolo de civilização e modernização. Por fim, a partir dos estudos de Canclini (2008) fez-se uma breve análise das construções imaginárias e representativas de Goiânia e qual o seu impacto na construção da cidade ora como cidade-espetáculo, ora como cidade-paranoica.