Author:
Machado Annaelise Fritz,Fialho Sara,Oliveira Marcelo Leles Romarco de,Itho Luciana,Reis Janderson Damaceno dos,Faria André Luiz Lopes de,Chevitarese Leonardo,Reis Rodrigo Drumond
Abstract
O modelo político-econômico conhecido como neoextrativismo, com ênfase em sua vertente ultraliberal-marginal no Brasil entre 2019 e 2022, é caracterizado pela exploração intensiva de recursos naturais e pelo negacionismo ambiental-climático. A agenda pública brasileira, orientada por esse modelo, contribuiu para a degradação ambiental, o aumento na ocorrência de desastres naturais e a perda de biodiversidade, especialmente devido às flexibilizações das regulamentações ambientais e à rejeição de dados científicos sobre as urgências ambientais e climáticas. Como reflexo dessa agenda ultraliberal, o estado do Rio Grande do Sul, reconhecido por sua importância agrícola e turística, foi particularmente afetado por eventos climáticos extremos em maio de 2024. O objetivo geral do artigo é identificar os principais desafios socioeconômicos enfrentados pelas comunidades produtoras de vinho e no enoturismo na Serra Gaúcha do Rio Grande do Sul, diante de eventos extremos insertos no âmbito de uma agenda estatal ultraliberal e com grande capilaridade do negacionismo climático. A pesquisa, de natureza qualitativa e descritiva, utiliza a plataforma Adapta Brasil e analisa três municípios da Serra Gaúcha: Bento Gonçalves, Garibaldi e Monte Belo do Sul. Os resultados destacam a vulnerabilidade econômica e social dessas comunidades diante de eventos climáticos extremos. A pesquisa enfatiza a necessidade de políticas públicas eficazes e investimentos em infraestrutura para promover a sustentabilidade das comunidades rurais. Numa ótica interdisciplinar, o presente manuscrito apresenta inputs na área de negacionismo climático, mudanças climáticas, eventos extremos no Rio Grande do Sul, impactos socioeconômicos e enoturismo.
Publisher
South Florida Publishing LLC
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