Abstract
A partir da lente de um modelo de institucionalização, foi possível refletir e explicar como as repentinas, voláteis, inconsequentes e nebulosas transformações societais, presentes na Modernidade Líquida, vêm a desafiar e constranger os papéis antes assumidos pela continuidade da relação dual entre a dimensão institucional e a dimensão das ações. Nas bases da modernidade líquida, a dimensão das ações poderá vir a operar “isenta” da passagem pelo crivo da dimensão institucional, possibilitando assim, a existência de uma nova lógica interacional, marcada por decisões individualistas, dispersas no tempo e não conectadas. Algo inquietante, pois esse novo modus operandi social, um agir líquido sujeito ao tempo pontilista, tende a colapsar os ciclos institucionais e a promover impactos no convívio social com vieses promotores de crises sociais, dúvidas existenciais, desejos insolúveis, redução de projetos coletivos socialmente construídos e incertezas decisórias sobre o porvir. Pautando-se na inter-relação e reconstrução de estruturas teóricas tomadas como base, ciclos institucionais e teoria social de Niklas Luhmann, objetivou-se refletir sobre os referidos impactos e, na sequência, propor possíveis intervenções para retomar, como sugere Baumann (2021c), uma orientação de vida mais sólida e substanciosa mediante a manutenção da valorização das diferenças existenciais e da compreensão precisa das nossas limitações pessoais e anseios perante o porvir.
Publisher
South Florida Publishing LLC
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