Abstract
Teve-se como objetivo estudar os impactos da expansão e mudanças tecnológicas canavieiras sobre a estrutura fundiária do estado de São Paulo, de 1975 a 2006. As edições do Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística constituíram a principal fonte de dados, procurando-se explorar, de forma não convencional, relações entre variáveis de posse, uso e tamanho dos estabelecimentos agropecuários. A expansão canavieira, em especial de 1996 a 2006, veio acompanhada do aumento de importância de estabelecimentos muito grandes e concentração da posse da terra agrícola. A concentração da propriedade foi menos impactada, pois os empresários expandiram seus canaviais mais pelo arrendamento do que pela aquisição de terras. Entre as causas concentradoras da expansão canavieira apontou-se a forte integração vertical entre usinas de açúcar e etanol e lavoura canavieira, não comum em outras atividades que perderam área em São Paulo. Adicionalmente, a ampliação da mecanização da colheita de cana dificultou a permanência de pequenos e médios fornecedores na atividade canavieira. Como citar este artigo:BACCARIN, José Giacomo; OLIVERA, Jonatan Alexandre; MARDEGAN, Gláucia Elisa. Monocultura e concentração da terra: efeitos da expansão da cana-de-açúcar na estrutura fundiária do Estado de São Paulo, Brasil. Revista NERA, v. 23, n. 55, p. 38-62, set.-dez., 2020.
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