Abstract
O presente artigo aborda a interseccionalidade gênero e casta como ciclo de violência contra as meninas e mulheres do Nepal. Em razão do profundo enraizamento da cultura patriarcal na sociedade nepalesa, nascer com as características biológicas e anatômicas relacionadas ao feminino, é motivo de significativa exclusão e subalternização social. Para além, nascer na condição social de dálit e ainda ser mulher, é estar sujeita a mais cruel discriminação e segregação. Na configuração do texto, buscou-se introduzir informações geopolíticas sobre o país e o lugar no qual o feminino se encontra diante dos tentáculos do patriarcado no âmbito histórico, cultural, social, político e econômico. Ancorado nas contribuições da teoria feminista, é possível compreender as raízes do ciclo de violência abissal contra as nepalesas, mas, também, perceber sua resiliência e empoderamento por meio de suas vozes ecoadas como literatura poética. As conclusões apontam para a emergência de um movimento feminista global que acolha as vozes e as demandas das meninas e mulheres do Nepal.
Publisher
Revista Tempos e Espacos em Educacao
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