Abstract
O presente artigo discute os modelos de integração que têm sido historicamente objeto de disputa na América Latina, abordando-se de que maneira essas tensões políticas repercutem na trajetória de três décadas de integração do Mercosul. Assim, objetivou-se realizar uma sistematização das concepções de integração latino-americana a partir da compreensão dos regionalismos desenvolvimentista, aberto, pós-liberal e pós-hegemônico, e a partir desse entendimento, buscou-se analisar a dinâmica da integração do Mercosul sob os consensos regionais que se formaram em torno das distintas tendências do regionalismo latino-americano. A metodologia empregada propõe um estudo interdisciplinar no campo das ciências humanas e sociais, de abordagem qualitativa, o qual realizou-se mediante os procedimentos de revisão bibliográfica e pesquisa documental. Os resultados obtidos apontam que o Mercosul está em constante disputa entre diferentes projetos, ora baseados em preceitos neoliberais, voltados ao regionalismo aberto e centrados em uma dinâmica econômica-comercial liberalizante, ora reformistas que propõem uma perspectiva multidimensional ao processo de integração, que incorporam novas agendas ao bloco, como a social e participativa, sem, contudo, promover uma ruptura de sua vocação econômica liberalizante.
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