Author:
Mello Junior Ivan Alves de,Araujo Marcela Carvalho
Abstract
Introdução: Uma das modalidades recentemente documentadas de bloqueio de planos fasciais é o bloqueio do plano eretor da espinha (ESP), que foi descrito pela primeira vez para o tratamento da dor neuropática torácica crônica e dor pós-operatória em cirurgias torácicas. Desde então, a técnica vem sendo empregada para uma ampla variedade de cenários clínicos, incluindo cirurgias cardíacas.
Objetivo: Por meio de uma revisão de ensaios clínicos, sintetizar e avaliar a utilização do bloqueio do ESP em cirurgias cardíacas.
Método: Trata-se de um estudo exploratório, baseado no método de revisão da literatura com síntese de evidências. A base de dados escolhida para seleção dos trabalhos foi a PUBMED, utilizando a seguinte estratégia de busca: "erector spinae plane block" AND "cardiac surgery". Foram avaliados estudos publicados nos últimos cinco anos, e qualquer trabalho que discutisse o tema proposto e fosse um ensaio clínico foi inicialmente incluído na amostra.
Resultados: Foram identificados 11 trabalhos que atenderam a estratégia de busca previamente estabelecida. Após a leitura dos títulos e resumos, um texto foi excluído por se tratar de uma carta ao editor.
Conclusão: Para todos os artigos avaliados, o bloqueio do ESP proporcionou boa analgesia e segurança durante e após procedimentos cirúrgicos cardíacos, sendo superior a técnicas clássicas como a anestesia peridural torácica (TEA) e analgesias intravenosas com ou sem opiáceos. Tal dado também foi confirmado em cirurgias pediátricas. Além disso, o bloqueio do ESP foi responsável pela diminuição de diversos efeitos adversos típicos dos métodos clássicos de analgesia mencionados, como náuseas, vômitos e maiores períodos de ventilação mecânica. Outro dado interessante foi a associação da técnica com a analgesia do plano intercostal paraesternal superficial e bloqueio do nervo peitoral, que proporcionou uma redução no uso de opiáceos, um aumento da satisfação dos pacientes submetidos ao bloqueio do ESP e diminuição nos escores de dor.