Author:
Hiar Leticia Sinatora,Neto Attilio Brisighelli
Abstract
Introdução: A sirenomelia é uma condição caracterizada pelo desenvolvimento anormal do corpo caudal de um feto, com fusão parcial ou completa da extremidade inferior, sendo também conhecida como Síndrome da Sereia. A anomalia é uma malformação grave multissistêmica, geralmente envolvendo os sistemas gastrointestinal, geniturinário, cardiovascular e musculoesquelético. A causa exata da sirenomelia é desconhecida, e acredita-se que fatores ambientais e genéticos possam desempenhar um papel no desenvolvimento da referida anomalia. O prognóstico da sirenomelia é ruim, com uma sobrevida média de menos de uma semana e mais da metade dos casos terminam em natimortos.
Objetivo: Relatar um caso de sirenomelia atendido em nosso Serviço.
Método: Trata-se do relato do caso de uma gestante atendida no Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Universitário São Francisco na Providência de Deus – HUSF, localizado na cidade de Bragança Paulista - SP.
Relato do Caso: Paciente primigesta, 17 anos, encaminhada ao Serviço de Medicina Fetal após a realização de ultrassonografia morfológica durante a gravidez que demonstrou múltiplas malformações, incluindo agenesia renal e oligoâmnio severo. A criança nasceu prematura e com sirenomelia, falecendo quatro horas após o parto. Análises da placenta e do cordão umbilical revelaram anormalidades na implantação do feto, além de uma artéria umbilical única.
Conclusão: A sirenomelia é uma anomalia congênita rara e fatal, caracterizada pela fusão das extremidades inferiores, frequentemente associada a malformações adicionais. Sua etiologia é pouco compreendida e os possíveis fatores de risco incluem diabetes materno, exposição a fármacos teratogênicos, suscetibilidade genética, infecções e idade materna. Com base no caso descrito, sugere-se que a realização de ultrassonografia é crucial para o diagnóstico precoce e tomada de decisão frente a casos de sirenomelia. No mais, a conscientização sobre a prevenção da gravidez na adolescência e o controle da glicemia em mães diabéticas são essenciais para reduzir a incidência da síndrome.