Abstract
Introdução: A configuração das relações de saber-poder no contexto da Estratégia de Saúde da Família influencia fortemente na qualidade e capacidade cuidadora desse serviço. Objetivo: Analisar os reflexos da presença de relações de saber-poder no cuidado de saúde prestado pela Estratégia de Saúde da Família. Material e Método: Trata-se de um estudo de natureza qualitativa, desenvolvido junto a 20 profissionais assistencialistas que compõem o quadro de profissionais das três unidades de Estratégia de Saúde da Família do município paraibano de Nazarezinho, realizado mediante entrevista gravada norteada por formulário semiestruturado. Os dados coletados foram transcritos e analisados sob a luz da Análise da Ordem do Discurso, realizada após a construção de duas categorias temáticas. Resultados: No discurso dos entrevistados, observou-se a percepção do entrelaçamento entre saber e poder, o qual se relaciona à formação profissional, destacando determinados trabalhadores como superiores e resultando em relações desiguais de poder que favorecem a prestação de uma assistência de saúde verticalizada e a aproximação das práticas da Estratégia de Saúde da Família do modelo curativista. A presença de relações de saber-poder implica em uma distribuição desigual de poder no contexto estudado, interferindo na interdisciplinaridade entre os profissionais. Conclusão: Destaca-se a necessidade de promover o empoderamento dos profissionais de saúde, com vistas a estabelecer sua autonomia para que prestem uma assistência de saúde horizontalizada, com integralidade e desnuda de relações de poder.Descritores: Poder Público; Estratégia de Saúde da Família; Atenção Primária à Saúde; Equipe de Assistência ao Paciente.ReferênciasSilva IS, Arantes CIS. 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Archives of Health Investigation