Abstract
Por consequência da diversidade no repertório de tarefas individuais em colônias de vespas sociais, fêmeas dominantes e subordinadas diferem significativamente em sua longevidade e, por isto, elas e outros insetos sociais são particularmente interessantes para o estudo de longevidade e dinâmica populacional. As atividades de manutenção da colônia que envolvem atividades de defesa do ninho, forrageio e cuidado com a prole demandam muito gasto energético e riscos, podendo afetar significativamente a longevidade média das vespas. Portanto, o objetivo deste estudo foi testar a hipótese de que fatores extrínsecos impostos pela atividade forrageadora são determinantes para a longevidade média de operárias de Mischocyttarus cassununga. Colônias dessa espécie em condições de campo e laboratório foram mapeadas com o objetivo de determinar a longevidade média e o padrão de mortalidade das suas operárias. A longevidade média das operárias observadas no campo foi de 28,6 dias e o valor de entropia (H) igual a 0,96, determinando elevada mortalidade das operárias jovens, provavelmente devido ao desgaste fisiológico decorrente da atividade forrageadora, falta de orientação espacial e possível ação de predadores. Nas colônias estudadas em laboratório, a longevidade média das operárias se estendeu para 142,4 dias, e o valor de entropia foi de 0,26, indicando um padrão de mortalidade inverso, com poucas mortes de indivíduos jovens e maior probabilidade dos indivíduos atingirem a longevidade máxima da espécie. Fatores como desgaste fisiológico, intempéries e ação de predadores, entre outros, são decisivos para determinar a expectativa de vida e a longevidade média das vespas desta espécie.
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