Abstract
O leite é um produto perecível e sua qualidade deve ser avaliada desde a propriedade até o lacticínio. A legislação impõe que os principais parâmetros para atestar a qualidade do leite são: medição da temperatura; teores de gordura, proteína, sólidos totais e não gordurosos; determinações do índice crioscópico, da densidade relativa a 15°C e da acidez titulável; pesquisa de resíduos de antibióticos; contagem padrão em placa (CPP); e contagem de células somáticas (CCS). Um dos maiores problemas enfrentados na bovinocultura leiteira é a mastite, que consiste na inflamação da glândula mamária, principalmente devido à contaminação bacteriana. Essa patologia causa um grande impacto econômico para os produtores de leite, pois altera a composição do leite e pode levar ao descarte do leite, diminui a produção animal, gera gastos com tratamento e pode resultar no descarte do animal. Considera-se que, para evitar a mastite e valores altos de CCS e CPP, é preciso realizar um conjunto de manejos desde a ordenha até a destinação do leite para os laticínios. O objetivo principal da revisão consistiu em discorrer sobre os impactos da mastite sobre a produção e a qualidade do leite cru. Estudos indicam a existência de uma correlação negativa entre aumento da CCS e redução do volume de leite produzido. Além disso, leites com alta CCS apresentam alteração da composição, como redução do teor de sólidos e da proporção caseínas/proteínas do soro. Portanto, foi possível concluir que a mastite interfere negativamente na produção e na qualidade do leite, destacando a necessidade de prevenir sua ocorrência e identificar, isolar e tratar animais acometidos.