Abstract
O leite possui constituintes de grande valor nutricional e sua produção e consumo têm crescido a cada ano mundialmente. Associado à sua importância econômica, este produto é constantemente alvo de fraudes e adulterações, as quais trazem como consequência grandes prejuízos à indústria e preocupação aos órgãos de saúde pública. Neste sentido, objetivamos analisar, de forma retrospectiva, as causas que determinaram o não recebimento do leite cru refrigerado em usina de beneficiamento sob Inspeção Federal, da região do Agreste Meridional de Pernambuco, durante o período que compreendem os meses de março a outubro de 2016, com base no arquivo de registros da empresa. Foram identificados 122 casos de não recebimento de leite cru refrigerado. Destes, a principal causa foi a adição de água (34,5%), seguida por acidez acima do limite estabelecido pela empresa, máximo 0,16 g de ácido lático/100 mL de leite (30,3%), e presença de resíduos de antibióticos no leite (26,2%). Desta forma, reforçou-se a importância do controle de qualidade e de identidade do leite realizado pela empresa, para evitar que um leite adulterado seja processado pela indústria e disponibilizado ao consumidor. Reforçou-se, também, a necessidade de aprimoramento da política leiteira, para fins de esclarecer, orientar e incentivar os produtores com relação a implementação das Boas Práticas Agropecuárias de produção do leite, incluindo a necessidade da realização de uma Ordenha Higiênica, do respeito do tempo de carência dos antibióticos utilizados no tratamento dos animais e, principalmente, os prejuízos causados pela adição de substâncias fraudulentas.