Abstract
O objetivo deste texto é apresentar e explorar uma imagem de Wittgenstein que ainda permanece nas margens da produção acadêmica de comentários sobre seus escritos: a imagem de um filósofo que não se ocupa de teses e teorias filosóficas, mas de um conflito com sua herança filosófica e com o mundo que habita. Um conflito que não termina, que nos exibe ambiguidades que não são abandonadas através de soluções definitivas para o que assombra o filósofo. As vozes de Wittgenstein nos falam tentações e formas hegemônicas de pensar a filosofia que ainda se fazem presentes, de questões que ainda podem ser colocadas para as comunidades filosóficas, e isso nos leva a pensar que pertinência ainda pode haver em sua demanda por um procedimento terapêutico. Nesse sentido, alguns assuntos serão tratados como: a filosofia como uma forma de terapia antifilosófica, a relação entre a “doença de uma época” e os escritos e aspectos biográficos de Wittgenstein, o desejo de autenticidade e a possibilidade de soluções individuais para os problemas relativos à “escuridão desta época”.
Publisher
Griot Revista de Filosofia