Abstract
O conhecimento geográfico foi construído através de viagens de descoberta. Viajar, então, logo se tornou uma preocupação dos geógrafos. Do mesmo modo, os filmes têm ganhado relevo na Geografia, posto que são pensados como formas de se pensar o espaço. Assim, as relações entre filmes, viagens e espaços precisam ser analisadas. Isso ganha mais relevância atualmente, quando os filmes de viagem ganham espaço nas plataformas de streaming, modificando imaginações geográficas sobre o ato de viajar como também sobre o próprio mundo. Com efeito, as mídias imagéticas, incluindo os filmes, são modos modernos de ler o mundo. Assim, este artigo objetiva analisar os discursos geográficos presentes em Toscana (2022), um filme de viagens da plataforma de streaming Netflix. Para tanto, além de uma revisão bibliográfica sobre as viagens, as geografias fílmicas e a Geografia das comunicações, o artigo elabora uma interpretação dos elementos fílmicos. Conclui-se que as imaginações geográficas no filme são articuladas num jogo de alteridade, no qual há um encontro/embate do viajante com o residente local e, consequentemente, de suas visões de mundo, de suas geografias, de seus modos de ser.