Abstract
Estudos de produção mostram que, independentemente da idade, do sexo, da escolaridade e da classe social, a coda (s) é majoritariamente realizada na variedade carioca como fricativa pós-alveolar, ocorrendo as outras variantes (fricativa alveolar, fricativa velar/glotal e ausência da coda) em percentuais bastante reduzidos. Esta pesquisa observa a avaliação social das variantes alveolar e pós-alveolar da coda (s) na comunidade de fala do Rio de Janeiro, partindo da hipótese de que a variante alveolar da coda (s) poderia ser avaliada pelos cariocas como prestigiada, não sendo relacionado qualquer grau de estigma ou prestígio à realização da fricativa pós-alveolar. Para tanto, um experimento de avaliação, usando a técnica de matched guise, foi aplicado em 43 jovens universitários da comunidade de fala do Rio de Janeiro. Relativamente à variante pós-alveolar, os resultados seguiram a tendência já apontada por Melo (2017, 2022), isto é, de que a esta variante não são atribuídos nem prestígio e tampouco estigma. Relativamente à variante alveolar, observou-se que os participantes atribuíram certo grau de prestígio a essa variante, sendo o número de itens – dois por sentença – decisivo para a atribuição deste prestígio. Argumenta-se que o prestígio atribuído à variante alveolar possa estar relacionado à avaliação do falar carioca tanto por falantes de outras variedades como pelos próprios cariocas, motivo pelo qual seria mais bem avaliada em contexto de maior monitoramento. Espera-se que estudos futuros com outros grupos sociais possam avançar na análise dos significados sociais das variantes da coda (s), sobretudo no que diz respeito à frequência das variantes.
Publisher
Universidade de Estado do Rio de Janeiro