Abstract
O âmbito político sempre se utilizou de ferramentas que objetivavam promover uma influência comportamental nos eleitores, todavia, no século XXI uma nova preocupação tornou-se pública: a possibilidade de criação de sistemas capazes de influenciar eleições em todo o globo por meio da manipulação dos usuários das redes sociais. Partindo dessa conjuntura, realiza-se aqui um esforço argumentativo para mostrar que, no contexto da pós-modernidade, o negacionismo científico estrutura-se como uma ressignificação atualizada de recusas antigas referentes ao papel da ciência na sociedade. Evidenciamos seu enraizamento ideológico num amplo movimento conservador em nítida ascensão. Essa ascensão é possibilitada, pela forma como os algoritmos das redes sociais são estruturadas, e pela inserção de sujeitos em grupos cada vez mais particularizados. Assim, percebe-se a necessidade de difundir a educação científica de forma organizada e sistematizada como um modo de combater o negacionismo científico e sua consequente utilização de forma política.
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