Abstract
Esta pesquisa avaliou a concentração de metais nas águas do rio Doce por metais pesados após o rompimento da barragem do Fundão, distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, Minas Gerais. Amostras de água foram coletadas numa nascente a montante do local do rompimento (P1), a montante de um dique de contenção da lama despejada (P2) e a jusante do dique de contenção (P3), sendo caracterizadas quanto aos teores de chumbo (Pb), arsênio (As), níquel (Ni), cobre (Cu), alumínio (Al) e manganês (Mn) por espectrofotometria. As maiores concentrações dos metais foram observadas para o ponto P2, nas seguintes concentrações (em mg L-1): Pb (0,097); As (0,911); Ni (1,078); Cu (1,115); Al (9,432) e Mn (1,638), sendo a concentração de cobre, nesse ponto, 86 vezes maior que o valor máximo permitido (VMP) pela legislação brasileira, para Classe III de qualidade das águas. No ponto P1, as concentrações de Ni (0,051 mg L-1), Cu (0,062 mg L-1) e Al (0,465 mg L-1) apresentaram-se 2,0; 4,8 e 2,3 vezes maiores que os VMP’s, respectivamente, podendo-se relacionar esses resultados à natureza mineralógica da área. As elevadas concentrações desses metais na água do rio podem estar provavelmente relacionadas ao desastre ambiental de Mariana, Minas Gerais, com rejeitos de minas. Ações de políticas ambientais e de recuperação da área são essenciais para o reequilíbrio das características químicas desse ecossistema aquático.