Abstract
Em anos recentes, a conjunção das pautas da extrema direita com as do movimento antivax disseminou a descrença na ciência e estimulou o individualismo como uma forma de desgastar o tecido social. Neste texto, propomos discutir, por meio de revisão de literatura especializada, o fortalecimento da cidadania vacinal, fenômeno que envolve não apenas a construção e a consolidação da cidadania, mas também a confiança no conhecimento científico. São dois os eixos de nossa análise: a) a formação cidadã como forma de enfrentar a hesitação e a recusa vacinal; e b) a importância da coadjuvação entre a Educação em Cidadania e a Educação Científica para o desenvolvimento do espírito crítico e da capacidade de avaliar os efeitos do conhecimento científico na sociedade. Para identificar os trabalhos que investigaram a natureza social das decisões e das práticas relacionadas à vacinação, e aqueles que refletiram sobre as formas pelas quais os processos educativos têm sido capazes de fortalecer a cidadania vacinal, fizemos uso de pesquisa bibliográfica e documental como estratégias metodológicas. Como resultado de nossa análise, sugerimos que a práxis envolvida na cidadania vacinal faz com que a Educação em Cidadania, para sua concretização, demande literacia científica; da mesma forma, a Educação Científica exige o compromisso do conhecimento científico com a cidadania global para que possa se transformar em prática e ação no mundo real.
Publisher
Universidade Federal de Sao Paulo