Abstract
O trabalho pode ser fonte de prazer ou de sofrimento. Esses sentimentos não dependem apenas do querer do sujeito, mas das condições e da dinâmica do trabalho que a organização disponibiliza. Todavia, em não raras vezes duas ou mais unidades de uma mesma instituição, com a mesma estrutura de organização do trabalho, situadas em locais diferentes, oferecem vivências muito diversas para os seus servidores/empregados. Este artigo, portanto, discute as condições que podem justificar essas diferenças, com base em uma investigação qualitativa com servidores efetivos de duas unidades de uma Instituição Federal de Ensino. Foram realizadas entrevistas individuais com servidores de ambas unidades cujo quantitativo foi definido conforme Thiry-Cherques (2009) e submetidas a análise de conteúdo conforme Bardin (2011). Os resultados apontam que essa dinâmica é extremamente influenciada pelo(s) gestor(es) e de fatores interpessoais a ele(s) relacionados. Isso porque uma gestão aberta ao diálogo que permite que o sujeito tenha uma autonomia no trabalho foi decisivo para as diferenças encontradas entre as unidades. As discussões apresentadas se baseiam, além dos resultados da investigação, na teoria da Psicodinâmica do Trabalho, tendo como referência, principalmente, as obras de Christophe Dejours
Publisher
Universidade Federal de Minas Gerais - Pro-Reitoria de Pesquisa
Subject
Pulmonary and Respiratory Medicine,Pediatrics, Perinatology and Child Health
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