Abstract
O objetivo deste artigo é compreender de que forma a prática do canto orfeônico, implantado na Era Vargas, foi utilizado como forma de disciplinar corpos e pensamentos, voltá-los ao louvor patriótico e ao trabalho. Tal prática se constituía nas apresentações de canto de centenas de vozes amadoras, entoando músicas de teor fortemente nacionalista. Busca-se ainda compreender a atuação de diversos órgãos e intelectuais nesse projeto e do compositor Heitor Villa-Lobos na formação de professores para a prática do canto nas escolas do país por meio de cursos e cartilhas e a publicação de decretos tornando obrigatória tal política cultural-educacional, com forte investimento na constituição de corpos saudáveis, assépticos, moralizados e disciplinados, a partir da percepção de médicos e eugenistas à época.
Publisher
Fenix - Revista de Historia e Estudos Culturais
Reference29 articles.
1. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
2. ARENDT, Hannah. O sistema totalitário. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1978.
3. BlZZO, Nélio Marco Vincenzo. O paradoxo social-eugênico, genes e ética. In. Revista USP. São Paulo (24); dezembro/fevereiro 1994/95.
4. CONTIER, Arnaldo D. Passarinhada do Brasil: canto orfeônico e getulismo. Bauru -SP: Edusc, 1998.
5. CAPELATO. Mª Helena. Multidões em cena: propaganda política no varguismo e no peronismo. Campinas, SP: Papirus, 1998.