Abstract
Graças à globalização, alguns sistemas culturais subalternos ficaram à margem do fluxo internacional do capital económico e cultural. Tal é o caso do sistema galego, dependente do espanhol, situado no topo da hierarquia no Estado espanhol e que recebe a maioria dos investimentos públicos. Apesar da escassez de orçamentos destinados a projetos em galego, alguns estudos (Montero Küpper, 2017, 2020) demonstraram que a tradução desempenha um papel crucial para a construção sociocultural da Galiza e para a normalização da língua. De modo análogo, o crescente desenvolvimento da tecnologia motivou a adoção de recursos e ferramentas digitais para auxiliar/otimizar o processo tradutório. A criação de ferramentas e recursos para línguas como o inglês evidencia mais a carência tecnológica para línguas minoritárias como o galego. Contudo, González (2005) aponta para o surgimento de diferentes ferramentas e recursos de tradução que trabalham com o galego, embora não sejam considerados suficientes. É neste contexto que se enquadra a presente investigação, que visa analisar as atitudes/percepções dos profissionais da tradução galegos relativamente às ferramentas e recursos digitais e investigar o modo como a tecnologia tem afetado o mercado de trabalho em tradução na Galiza. Quanto à metodologia, foi realizado um questionário seguindo uma abordagem da Sociologia da Tradução, tendo em conta que consideramos decisivo definir, em termos sociodemográficos, a amostra de profissionais recolhida. Foram elaboradas questões que permitiram uma análise das atitudes dos profissionais perante as ferramentas e recursos de tradução e sobre as quais nos debruçamos pormenorizadamente neste artigo.
Publisher
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
Cited by
1 articles.
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