Author:
Delgado Alves Ygor Diego,Gomes Pereira Pedro Paulo
Abstract
O conceito biomédico de dependência não consegue dar conta da atração exercida pelas cenas de uso de crack que vai muito além da necessidade de se consumir uma droga para aliviar a fissura. Uma antropologia do “fluxo”, como são chamados os movimentos e percursos em torno do consumo do crack, permitiu refletir sobre o porquê da existência de cracolândias e questionar certas dimensões da chamada dependência química. Prazer e sofrimento passam a ser considerados em sua dimensão social: a satisfação proporcionada em desfrutar da companhia de outros usuários e o constrangimento provocado pelo estigma em torno da droga. A conexão com os parças e a relações estabelecidas nas ruas possibilitam a fruição dos efeitos desejados da substância e ensinam modos de viver e perceber a cidade.
Publisher
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
Cited by
2 articles.
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