Abstract
Quintais tradicionais na Amazônia representam fontes de recursos naturais terapêuticos e expressam conhecimentos relacionados a cultura local. Realizou-se um estudo etnobotânico sobre usos e memória com plantas medicinais na Aldeia Indígena do Cajueiro, município de Paragominas, Pará. Os dados foram obtidos por meio de observação não participante e entrevistas semiestruturadas com especialistas locais, selecionados por seleção racional. A partir das entrevistas foi calculado valor de importância das espécies segundo cada especialista. Trabalhou-se com a História Oral para estimular a busca pela memória de uso e os conhecimentos ainda preservados com a medicina tradicional. Identificaram-se 39 espécies, distribuídas em 22 famílias botânicas. As espécies que obtiveram o maior valor de importância foram caju (Anacardium occidentale L.), manga (Mangifera indica L.), seguidas com pariri (Fridericia chica (Bonpl.) L.G.Lohmann), cidreira (Lippia alba (Mill) N. E. Brown.), capim santo (Cymbopogon citratus (DC.) Stapf). As plantas existentes apenas na memória de alguns dos moradores trouxe a tona fragilidades na transmissão de informações bioculturais entre os membros da comunidade. Modificações nas formas de vida, alteração da paisagem e abandono de práticas tradicionais têm prejudicado o compartilhamento de saberes entre especialistas e moradores.
Publisher
Portal de Periodicos UFPB
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