Abstract
A competitividade trazida pelas empresas de aplicativos, tais como a Uber, para o mercado de transporte individual, é frequentemente enfatizada. No entanto, uma pergunta importante segue sem resposta: quais as estratégias implementadas pelas empresas de táxi, em termos de melhorias e inovações, para se manterem competitivas no mercado? O presente estudo buscou responder essa pergunta ao identificar como a uberização causa a ruptura na dependência de trajetória das empresas de táxis, segundo preceitos da Teoria da Dependência da Trajetória e de Estratégia Competitiva. Nesse sentido, a presente investigação é um estudo de caso que aborda o Distrito Federal, um dos pioneiros da uberização no Brasil. Para tanto, dados qualitativos secundários foram coletados via pesquisa documental em jornais locais de grande circulação. Aplicou-se a Análise de Conteúdo e a Análise Processual de Dados nas 178 reportagens coletadas, as quais englobaram o período de 2008 a 2017. Os resultados sugerem que, antes da entrada das empresas por aplicativos, as empresas de táxis implementavam inovações de sustentação voltadas para si mesmas. Após a uberização, os táxis passaram a adotar inovações disruptivas voltadas para os passageiros, rompendo a dependência de trajetória vigente até então.
Publisher
IBEPES (Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisas Sociais)