Abstract
O objetivo deste artigo é compreender as práticas de territorialização das cidades pelas pessoas em situação de rua. Para tanto, compreendemos o espaço como anterior e parte indissociável do território, sendo este formado por relações sociais e de poder e que a organização-cidade é constituída por diferentes territórios, em que distintos grupos os vivenciam, apropriam e disputam. Sendo assim, partimos do pressuposto de que a apropriação e a vivência em um dado território, processo esse conhecido como territorialização, ocorre por meio de práticas estratégicas e táticas, num espaço organizacional complexo imbricado em símbolos e significados, neste estudo, a organização-cidade. Adotamos a etnografia como metodologia de pesquisa, consistindo das técnicas de diários de campo, entrevistas semiestruturadas e informais, observação participante e ativa. A pesquisa foi realizada num período de pouco mais de um ano, de abril de 2018 a maio de 2019, na cidade de Maringá, Paraná. O estudo revelou que as pessoas em situação de rua em Maringá passam por constantes desterritorializações e reterritorializações caracterizadas por incertezas e subversões, uma vez que a vivência no território “rua” é marcada por uma arte de viver própria, imbricada em diferentes tipos de práticas cotidianas.
Publisher
IBEPES (Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisas Sociais)
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