Abstract
RESUMO: neste ensaio, apresento alguns experimentos de tradução de um gênero de canto ritual krahô (povo ameríndio de língua Jê que vive no norte do estado do Tocantins). Apesar de serem bastante concisos, tais cantos colocam uma série de desafios à tradução, em razão da presença de muitas palavras sem sentido, de distorções fonológicas e de outros elementos verbomusicais que opacificam seu sentido. Por meio da discussão etnográfica detalhada dos regimes de criação, circulação e enunciação de tais cantos, argumento que essas características não devem ser abandonadas, e sim ocupar o centro do esforço de tradução, inspirando-me para isso em propostas feitas por autores como Rothenberg (2006) e Gontijo Flores & Capilé (2022).
Publisher
Universidade Federal de Grande Dourados
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1. Referências
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