Infâncias, surdez e currículo: para pensar vidas outras

Abstract

Neste trabalho, voltamo-nos para a compreensão da infância sob a égide da governamentalidade, com o objetivo de compreender as formas de organização da infância em sua interface com a surdez, bem como suas reverveberações na constituição do espaço escolar por meio de políticas e dispositivos legais. As reflexões aqui tensionadas podem contribuir para um olhar crítico acerca de como os olhares depositados sob os corpos surdos fazem emergir formas de condução de vidas pela lógica da governamentalidade democrática, isto é, por meio de movimentos de captura e assujeitamento em atendimento às demandas do maquinário neoliberal. Para além disso, indicam possíveis desdobramentos da manutenção de uma perspectiva essencialmente biológica sobre a surdez, e da língua de sinais como tecnologia de condução na educação de surdos.