Abstract
A caracterização politico-ideológica e a análise dos movimentos nacionalistas An
The political-ideological characterization and analysis of Angolan nationalist movements and the conflicts between them, has always been subject of major and passionate political-academic discussion, which became an important component of the nationalist movements’ international and domestic characterization and definition. The MPLA (Popular Movement for the Liberation of Angola) rapidly acquired the epithet of leftist, Socialist and Marxist since the anti-colonial struggle through the independence and afterwards. However, during the so-called founding period of an officially proclaimed Socialist MPLA, in an apparent contradiction, the MPLA’s governing practice went objectively in an opposite direction, while still reinforcing that unquestioned epithet of Socialist. It is here argued that foreign attributed classifications (political and academic), influenced by the passionate political-idological struggles of the 1950s, 1960s and 1970s, the civil war and the Cold War, ended up diplomatically-politically assumed (instrumentalised) by the movement itself, whereby an illusive characterization/identification prevailed, hampering a more objective analysis of the post-independence political practice. Our paper will focus on the contrast between the academic discussion on the political-ideological characterization of the MPLA (part I) and the governing practice of the party during the administration of the first President of the Republic, which was the founding period of the MPLA as a so-called Marxist-Leninist Socialist party (part II).
Keywords: Angola; MPLA; Socialism; Agostinho Neto administration; political orientation.
golanos, assim como os conflitos entre eles, foi sempre sujeita a apaixonadas discussões politico-académicas, que se tornaram um importante componente da definição doméstica e internacional dos movimentos nacionalistas.
O MPLA rapidamente adquiriu o epíteto de esquerdista, Socialista e Marxista desde a luta anti-colonial, durante o processo da independência e depois da independência. No entanto, numa aparente contradição, durante o designado período fundacional de um oficialmente proclamado MPLA, a prática politico-governativa do partido prosseguiu numa direção oposta, ao mesmo tempo que reforçava o epíteto de Socialista.
Este texto argumenta que as classificações atribuídas a partir de fora (políticas e académicas), influenciadas pelas apaixonadas lutas politico-ideológicas das décadas de 1950, 1960 e 1970, a guerra-civil e os alinhamentos da ‘Guerra Fria’, acabaram assumidos (instrumentalizado) pelo próprio movimento/partido, num processo mediante o qual prevaleceu uma ilusória caracterização/definição ideológica, obstaculizando uma análise mais objectiva da prática política do pós-independência.
Este texto focar-se-á no contraste entre a discussão académica acerca da caracterização político-ideológica do MPLA (parte I) e a prática governativa do partido durante a administração do primeiro Presidente da República, consistindo no período fundacional do MPLA enquanto partido Socialista Marxista-Leninista (part II).
Publisher
Universidade do Estado de Santa Catarina