Abstract
Estudos epidemiológicos apontam para a existência de uma correlação estatística entre uso de substâncias psicoativas e mortes por suicídio. Mesmo que não existem evidências de relação de causalidade, esta associação se sustenta em discursos construídos a partir da lógica do risco e da prevenção, que tem um forte caráter de controle de comportamentos e de avaliação moral. Neste texto, a partir de uma história do presente, analisamos de que modo foi entendida a relação entre uso de drogas e suicídio. Discutimos o papel dos conceitos de disciplina, normalização, biopolítica e risco a partir dos quais esses comportamentos passam a ser vistos como jurídica e socialmente perigosos, situando aos sujeitos fora do registro da razão e do direito.
Publisher
Universidade do Estado de Santa Catarina