Author:
Musha Fernanda Dartora,Godoy Elenilton Vieira
Abstract
A Rede de Mulheres Negras do Paraná é uma organização sem fins lucrativos, autônoma e independente, fundada em 2006 para conferir visibilidade, garantir demandas da população negra do Paraná, reivindicar e ampliar a implementação de políticas públicas para mulheres negras, que realiza projetos nas áreas de educação, cultura, saúde, promoção e defesa dos direitos humanos, geração de trabalho e renda, valorização da identidade de gênero, sexualidade e raça/etnia. Essas questões serão mobilizadas no presente artigo por meio de entrevistas narrativas com dez de suas integrantes. Neste sentido, o artigo, de abordagem qualitativa, objetiva perceber a influência de processos educativos para a formação das mulheres negras militantes a partir da perspectiva de integrantes da Rede de Mulheres Negras do Paraná (RMN-PR). Teoricamente, filiou-se a estudos e pesquisas que abordam as temáticas de gênero e raça em uma perspectiva de aspiração interseccional. Os discursos das integrantes da RMN-PR apontam para escolas que têm a possibilidade de acolher, e o fazem em algumas situações, mas repetidas vezes negligenciam, subalternizam e discriminam esses sujeitos, em processos de coerção rotineiros. Há a possibilidade, entretanto, de uma educação de luta e resistência a partir do conhecimento experiencial de suas mães, além da potencialidade de acolhimento através da RMN-PR, transformando os ambientes escolar e familiar.
Publisher
Universidade do Estado de Santa Catarina
Reference24 articles.
1. ANDRADE, S. S. A entrevista narrativa ressignificada nas pesquisas educacionais pós-estruturalistas. In: MEYER, D. E.; PARAÍSO, M. A. (orgs.) Metodologia de pesquisas pós-crítica em educação. 2. ed. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2014. p. 175-196.
2. ANZALDÚA, G. Queerizar a escritora. Loca, escritora y chicana. In: KEATING, Ana Louise (org.). The Gloria Anzaldúa reader. Durham: Duke University Press, 2009. p. 163-175.
3. CAREGNATO, R. C. A.; MUTTI, R. Pesquisa qualitativa: análise de discurso versus análise de conteúdo. Texto & Contexto-Enfermagem, Florianópolis, v. 15, n. 4, p. 679-684, 2006.
4. COLLINS, P. H. Epistemologia feminista negra. In: BERNARDINO-COSTA, J.; MALDONADOTORRES, N.; GROSFOGUEL, R. (orgs.). Decolonialidade e pensamento afrodiaspórico. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2018. E-book.
5. COLLINS, P. H.; BILGE, S. Interseccionalidade. [São Paulo]: Boitempo Editorial, 2021. E-book.