Abstract
A cidade de Ammaia, situada nos arredores de Marvão, conta com um razoável corpus epigráfico através do qual é possível analisar aspectos importantes do quotidiano luso-romano. No presente artigo reúne-se a informação disponível acerca das práticas religiosas urbanas durante o Alto-Império, verificando-se a coexistência, em ambientes públicos, de cultos indígenas e de cultos oficiais, com predomínio do culto de Júpiter, expoente destacado do legalismo romano na região. Como é natural, numa cidade de população maioritariamente indígena, os ofertantes dos monumentos, na maioria aras de desenho regularmente clássico, reflectem essa origem e vários graus de romanização, ou seja, de aculturação integradora que deve ser interpretada sem preconceitos anacrónicos.