Abstract
As disparidades em saúde que, a diferentes escalas, se observam entre diferentes grupos populacionais, e diferentes estruturas espácio-temporais, têm sido cada vez mais associadas aos determinantes sociais da saúde. O principal objetivo deste trabalho é analisar a associação e a correlação espacial entre o estado de saúde pública da Baviera e determinantes sociodemográficos e socioeconómicos específicos. Foi efetuada uma análise de autocorrelação espacial para detetar aglomerações espaciais de saúde. Efetuou-se, também, uma análise de regressão linear múltipla, a fim de identificar as variáveis preditivas dos resultados em saúde mais adequadas. Além disso, para explicar a correlação espacial entre saúde e determinantes sociais da saúde, foi efetuado um modelo de regressão geograficamente ponderado. Foram encontrados agrupamentos estatisticamente relevantes em distritos da região norte da Baviera (alto-alto, alto-baixo) e na região metropolitana de Munique (baixo-baixo, baixo-alto). O modelo de regressão linear múltipla indicou que o número de pessoas com qualificação profissional (p=0.015e-7), a taxa de desemprego (p=0.0334332e-3), o rácio de jovens (p=0.0072) e o rácio de idosos (p=0.012e-7) têm uma influência significativa no estado de saúde da população. Os resultados da regressão geograficamente ponderada mostram um padrão circular, com os valores mais elevados na parte nordeste (R2 local=0.8077) e os valores mais baixos na parte sudoeste (R2 local=0.5865) da Baviera. Pode afirmar-se que as variáveis supramencionadas predizem ligeiramente melhor uma saúde pública pobre do que uma saúde pública boa. As maiores disparidades espaciais em matéria de saúde continuam a verificar-se entre os distritos do norte e os distritos da região metropolitana de Munique. As variáveis da dimensão educativa, económica e demográfica são capazes de explicar estas diferenças.