Abstract
Desde a sua concepção inicial, a ideia de Antropoceno assinalou a irreversível marca do humano na Terra. A iminente falência da natureza tornou o pensar da paisagem num exercício autorreflexivo sobre o ethos da Humanidade na Terra. Nesta senda, o Antropoceno, por ser (também) sintoma da técnica planetária, tem como um dos seus subprodutos as tecnologias da visualidade maquínica. A Arqueologia, enquanto prática e um pensar da Terra e do Humano, vê-se impregnada de uma inescapável condição antropocénica. Advogaremos que nesta relação entre a Arqueologia e a visualidade maquínica uma nova ideia de paisagem emerge, onde se demonstrará, novamente, a pervasividade do Antropoceno em todas as esferas do Humano.