O grande ciclo de expansão da urbanização no Brasil é relativamente recente. O seu início se articula com um conjunto de mudanças estruturais na economia e na sociedade brasileira, a partir da década de trinta do século vinte. O objetivo principal desse artigo é analisar o grande ciclo de expansão da urbanização brasileira, principalmente depois da década de quarenta, mostrando as mudanças que ocorreram após os anos setenta, com especial destaque para a importância das aglomerações metropolitanas. Resultados indicam que o grande ciclo de expansão da urbanização apresenta um ponto de inflexão a partir de 1980, quando: (1) o grau de urbanização continua crescente, entretanto, a uma velocidade mais reduzida; (2) as taxas de crescimento da população urbana diminuem o seu ritmo de crescimento aceleradamente e, somente nos anos noventa, nota-se uma relativa desaceleração, provavelmente em função do aumento do êxodo rural; (3) há uma relativa desconcentração da população urbana, nitidamente favorável às cidades entre 100 e 500 mil habitantes, principalmente, aquelas fora dos municípios metropolitanos, que têm sido, provavelmente, um dos destinos preferenciais dos migrantes; (4) os aglomerados metropolitanos mantêm a sua grande importância, entretanto, o seu peso no conjunto da população urbana, e no seu crescimento, têm diminuído, provavelmente, em função do declínio dos níveis de fecundidade e da redução das migrações. Não pode deixar de ser evidenciada a redução da importância demográfica dos núcleos dos aglomerados, principalmente, devido ao aumento da migração intra-metropolitana.