Author:
Tinoco Saulo Bandoli de Oliveira,Sias Selma Maria de Azevedo,Sant’anna Maria de Fátima Bazhuni Pombo
Abstract
Introdução: O Mycoplasma pneumoniae (M. pneumoniae) é um importante agente de infecções respiratórias. Trata-se do principal patógeno causador de pneumonias atípicas. A forma respiratória é a principal manifestação clínica, mas formas extrapulmonares têm sido descritas. Casuística e métodos: Trata-se de um estudo observacional, transversal, do tipo série de casos, realizado no período de janeiro de 2016 a dezembro de 2021, em um hospital privado. Foram incluídas crianças e adolescentes internados por pneumonia, com sorologia IgM para M. pneumoniae. Resultados: Foram estudados 23 pacientes: 3 (13,0%) lactentes, 13 (56,6%) pré-escolares, 5 (21,7%) escolares e 2 (8,7%) adolescentes. Não houve diferença quanto ao sexo. Observou-se maior frequência de casos no inverno e primavera. Dez crianças permaneceram internadas por menos de 7 dias, 10 entre 7 e 14 dias, e 3 tiveram tempo de internação maior do que 14 dias, sendo a média do tempo de internação de 7,6 dias. Sete (30,4%) necessitaram internação em unidade de terapia intensiva. A sintomatologia mais frequente foi tosse (100%), febre (91%), roncos (91%), sibilos (80%), estertores (52%) e inapetência (69%). Infiltrado intersticial difuso (69,6%), infiltrado peri-hilar (65,2%), atelectasia e derrame pleural respectivamente (13%), foram as principais alterações radiológicas encontradas. A média de leucócitos totais foi 13.345 mm³, com 63%, segmentados 30% linfócitos, 12g% de hemoglobina, 33,4% de hematócrito e 4,8mg/L de Proteína C Reativa. Metade da amostra teve tratamento inicial com Beta-lactâmicos (52,2%), seguido de Cefalosporinas (26,1%); uma criança iniciou tratamento com Macrolídeo (8,7%). Conclusão: As alterações clínicas, radiológicas e laboratoriais (hemograma e PCR) das pneumonias por M. pneumoniae na amostra estudada foram inespecíficas, dificultando o diagnóstico diferencial com pneumonias comunitárias por outras bactérias ou vírus. Diferente do que a literatura apresenta, a faixa etária predominante neste estudo foi pré-escolar. Enfatiza-se a necessidade do olhar direcionado aos dados clínicos como tosse, febre, roncos e sibilos associados à infiltrado difuso ou perihilar, incluindo no atendimento emergencial da criança com pneumonia, a sorologia específica para M.pneumoniae, na tentativa de otimizar o tratamento e reduzir o tempo de internação. A terapia com macrolídeos deve ser considerado em casos não responsivos e com sorologia positiva para M. pneumoniae.
Publisher
South Florida Publishing LLC
Reference19 articles.
1. BOYD K. Back to the basics: Community-acquired pneumonia in children. Pediatr Ann 2017;46(7):e257-e61.
2. DEPARTAMENTO CIENTÍFICO DE PNEUMOLOGIA, SBP. Pneumonia adquirida na Comunidade na Infância. Nº 8, fevereiro de 2022.
3. DEPARTAMENTO CIENTÍFICO DE PNEUMOLOGIA, SBP. Pneumonia adquirida na Comunidade na Infância. Nº 3, Julho de 2018
4. KRAFFT, C, & CHRISTY, C. Mycoplasma Pneumonia in Children and Adolescents. Pediatrics in Review, 2020;41(1):12–19.
5. KUMAR S, GARG IB, SETHI GR. Serological and molecular detection of Mycoplasma pneumoniae in children with community-acquired lower respiratory tract infections. Diagn Microbiol Infect Dis. 2019;95(1):5-9.