A CORRELAÇÃO ENTRE A SÍNDROME METABÓLICA E O DIABETES MELLITUS TIPO 2: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

Abstract

Introdução: A síndrome metabólica, considerada como a epidemia do século XXI, e o diabetes mellitus, que atinge cerca de 463 milhões de indivíduos em todo o mundo, são enfermidades cuja associação vem sendo investigada após a introdução do conceito de síndrome metabólica que data no ano de 1988. Diversos estudos tentam determinar a relação causa-efeito entre as duas patologias, entretanto, é notável a necessidade de pesquisas que descrevam diretamente o impacto da existência da síndrome metabólica sobre o desenvolvimento do diabetes mellitus tipo 2. Objetivo: Investigar a presença da síndrome metabólica como fator de risco para o desenvolvimento do diabetes mellitus tipo 2. Método: Esta revisão bibliográfica foi construída mediante a busca de artigos em português e inglês selecionados da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), Scientific Eletronic Library Online (Scielo) e PubMed durante os meses de agosto a outubro do ano de 2023. Foram combinados os descritores booleanos “Metabolic Syndrome”, “Diabetes Mellitus, Type 2” e “Risk Factors” e, a partir disso, foram localizados 277 referências na BVS e 123 referências na PubMed, todas publicadas entre 2022 e 2023. Os artigos com texto completo gratuito e que abordaram a possível relação causa-efeito entre a síndrome metabólica e o diabetes mellitus, associados a 4 referências disponibilizadas em plataformas online, compuseram uma amostra de 25 referências para a confecção da presente revisão. Resultados: A síndrome metabólica (SM) promove um estado de estresse oxidativo e um aumento nos marcadores inflamatórios do corpo, resultando em lesões metabólicas e no aumento da resistência insulínica. Por isso, a síndrome pode ser definida como um conjunto de cinco parâmetros que aumentam os fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares (DCV) e o diabetes mellitus tipo 2 (DM2). A glicemia em jejum, o HDL-colesterol, a pressão arterial sistólica, os triglicerídeos e a circunferência abdominal são as características avaliadas para determinar se um indivíduo possui SM. Entretanto, o diagnóstico pode ser complexo devido à falta de consenso metodológico em relação à combinação dos critérios supracitados. A resistência à insulina é um pilar comumente encontrado nos pacientes com síndrome metabólica, o que reforça o pressuposto de que SM e DM2 estão intimamente ligadas. Contudo, ainda não se pode afirmar com clareza se a SM precede ou acompanha a DM2 devido a carência de pesquisas longitudinais prospectivas e multicêntricas que investiguem a relação causa-efeito entre as patologias. Conclusão: As principais complicações da síndrome metabólica são o DM2 e as DCV. Na literatura, observou-se a evidente associação entre a SM e o DM2, sendo a SM considerada um fator de risco para a ocorrência do DM2 e, por sua vez, o DM2 um fator de risco para a existência da SM. Com isso, foi possível perceber a estreita relação entre as duas patologias e tornou-se claro a necessidade de mais estudos que abordem diretamente essa associação, com o objetivo de melhor compreender e, assim, melhor intervir em seus desfechos.