Author:
Freitas Túlio Martins,Carvalho Gustavo Mesquita Viglioni,Cavalcanti Gustavo César Parreiras
Abstract
Introdução: A esquizofrenia é um transtorno mental onde há hiperativação de receptores D2 da via mesolímbica, causando efeitos positivos, e uma ativação reduzida dos receptores D1, responsável por efeitos negativos da doença. Objetivo: Este artigo tem como objetivo analisar os efeitos dos medicamentos antipsicóticos, tanto típicos quanto atípicos, abordando os mecanismos e efeitos colaterais, com foco na secreção aumentada de prolactina e na alteração do ciclo menstrual, e particularidades do tratamento da esquizofrenia. Metodologia: Foram selecionados 31 artigos de revisão, e protocolos do ministério da saúde que abordam os efeitos dos antipsicóticos na prolactina e na esquizofrenia. Os descritores utilizados incluíram "Schizophrenia", "Antipsychotic", "Hyperprolactinemia", "prolactin" e "Amenorrhea". A busca foi realizada em bases de dados como PubMed, Portal Capes e Latindex, considerando artigos publicados até a presente data. Resultados: Os antipsicóticos típicos, como o haloperidol, exercem seu efeito bloqueando os receptores D2 da dopamina, resultando em uma elevação dos níveis de prolactina. Por outro lado, os antipsicóticos atípicos, como a quetiapina e a olanzapina, apresentam uma menor tendência a causar hiperprolactinemia devido à sua afinidade diferenciada pelos receptores dopaminérgicos e serotoninérgicos. A clozapina, por exemplo, é considerada um antipsicótico poupador de prolactina. A Risperidona, é um dos antipsicóticos de segunda geração, que está fortemente associada à hiperprolactinemia, e a continuidade do tratamento com este fármaco deve ser avaliado mediante os efeitos colaterais. Conclusão: Os resultados destacam a importância de considerar os efeitos dos antipsicóticos na secreção de prolactina ao escolher o tratamento para a esquizofrenia. Embora os antipsicóticos típicos possam ser eficazes no controle dos sintomas, sua associação com a hiperprolactinemia pode levar a complicações adicionais. Os antipsicóticos atípicos são uma alternativa promissora, oferecendo benefícios terapêuticos sem os mesmos efeitos adversos.
Publisher
South Florida Publishing LLC
Reference34 articles.
1. AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
2. ANDRADE, C. Prolactin-Raising and Prolactin-Sparing Antipsychotic Drugs and the Risk of Fracture and Fragility Fracture in Patients With Schizophrenia, Dementia, and Other Disorders. J Clin Psychiatry, v. 84, n. 1, 23f14790, jan. 2023. doi: 10.4088/JCP.23f14790. PMID: 36724110.
3. BARGIOTA, S. I. et al. The Effects of Antipsychotics on Prolactin Levels and Women's Menstruation. Schizophr Res Treatment, v. 2013, p. 502697, dez. 2013. doi: 10.1155/2013/502697. PMID: 24490071; PMCID: PMC3886401.
4. BOSTWICK JR, GUTHRIE SK, ELLINGROD VL. Antipsychotic-induced hyperprolactinemia. Pharmacotherapy. 2009;29(1):64-73. doi:10.1592/phco.29.1.64
5. BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas - Esquizofrenia. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 9 abr. 2013. Disponível em: https://www.gov.br/conitec/pt-br/midias/protocolos/pcdt-esquizofrenia-livro-2013-1.pdf. Acesso em: 16 abr. 2024.